Este post é uma continuação do Dos Costa Agra, de Monserrate/Portugal, aos Agra, de Parnamirim/PE. Aqui veremos os ancestrais Alencar (e também os Souza Goulart) de Martinho da Costa Agra, filho de José da Costa Agra, percorrendo 3 gerações para trás, chegando até Leonel de Alencar Rego, um português imigrante, patriarca da família Alencar. A genealogia aqui tratada remete não só aos Malaquias de Queiroz, de Recife/PE, e aos Aquino Malaquias, do Rio de Janeiro/RJ, mas a todos os Alencar do mundo, além também de boa parte dos Agra de Parnamirim/PE e de Campina Grande/PB.
1- Início da pesquisa
Clique para revelar a introdução (parte pouco relevante em termos de genealogia)
2- A pesquisa em si
Como vimos anteriormente, Aurene Malaquias, minha bisavó, era filha de Francisca Aurora, que era filha de Francisco Lino da Costa Araújo, que por sua vez era filho de Geracina Maria do Carmo, que era filha de Martinho da Costa Agra (Alencar por via materna). Francisca Aurora ainda era filha de Aurora Manoela de Carvalho, que era filha de Antônio Pereira de Carvalho, também descendente dos Alencar. Portanto começaremos com a árvore mostrada acima.
2.1 - Família Alencar - Iria e Inácia
Como já vimos anteriormente, Martinho da Costa Agra, meu 6-avô (hexavô), era filho do comandante José da Costa Agra (já tratado na postagem Dos Costa Agra, de Monserrate/Portugal, aos Agra, de Parnamirim/PE) e Iria Francisca de Alencar. Iria nasceu em Exu/PE, outubro de 1764. Faleceu em 28/05/1813. Viveu com sua família entre Granito/PE e Parnamirim/PE. Com seu marido teve ao menos os 5 filhos listados na dita postagem. [1][2]
Em 1812, Iria fica viúva. Casa a segunda vez com o capitão-mor Manoel Álvares de Oliveira, em 01/01/1813, mas não teve filhos com ele. [2]
Antônio Pereira de Carvalho (tratado na portagem Dos Agra, de Parnamirim/PE, aos Malaquias de Queiroz, de Recife/PE), meu 5-avô (pentavô), era filho de João Pereira de Carvalho Filho (o qual será tratado na postagem futura Dos Pereira de Carvalho, da Bahia, aos Agra, de Parnamirim/PE), que por sua vez era filho de João Pereira de Carvalho (o qual também será tratado na mesma postagem) e Inácia Pereira de Alencar, casados no Crato/CE, 08/01/1802, sendo eles primos terceiros. Inácia nasceu em Exu/PE, 1763 ou 1764. Ela faleceu em 1841. Morava na Fazenda Lameiro (Crato/CE). Com seu marido teve 3 filhos:
João Pereira de Carvalho Filho, Maria Alcina de Alencar, Arcângela Pereira de Alencar. (Abrir detalhes)
Após ficar viúva, casou com o capitão Antônio Leão de França, com quem teve mais 7 filhos:
Antônio da França Alencar, Joaquim Antunes de Alencar, Antônio Pereira de Alencar, Francisco Leão da França Alencar, Reinero Antunes de Alencar, Sinforosa Teodolina de Alencar e Luísa Jaspe de Alencar. (Abrir detalhes)
Inácia herdou de seu pai a Fazenda Canavieira, em Exu/PE. Dela descendem o marechal Alexandrino de Alencar (seu bisneto) e o general Humberto de Alencar Castelo Branco (seu tetraneto), primeiro ditador do Brasil.
2.2 - Família Alencar - Joaquim
Iria Francisca de Alencar e Inácia Pereira de Alencar, minhas 7-avós (heptavós), eram filhas do capitão Joaquim Pereira de Alencar e Teodora Rodrigues da Conceição (que tratarei no tópico 2.4), casados em 20/06/1858. Joaquim nasceu na Fazenda Caiçara, Exu/PE, em 1731 (data deduzida por declarar-se com 40 anos em um documento de 1771). Não se sabe quando faleceu, mas ainda era vivo em 1795, aparecendo no casamento de uma de suas escravas. Segundo Padre Gomes, faleceu no Sítio Pau Seco, no Crato/CE. Herdou de seu pai a Fazenda Caiçara, onde viveu com a família a maior parte da vida. Com sua esposa teve ao menos 8 filhos:
Bárbara Pereira de Alencar, Inácia Pereira de Alencar, Iria Pereira de Alencar, Luis Pereira de Alencar, Genoveva Pereira de Alencar, Josefa Pereira de Alencar, Leonel Pereira de Alencar, Antônia Pereira de Alencar. (Abrir detalhes)
Joaquim foi comandante da Vila de Exu. Além da Fazenda Caiçara, possuía terras em Barbalha/CE (herança dos avós maternos), para onde se deslocava com frequência. Uma dessas terras em Barbalha era o Sítio Lama, o qual Joaquim vende em 1789. [2]
Foi na Fazenda Caiçara, mais de um século depois, que nasceu Luis Gonzaga, "o rei do baião". [3]
2.3 - Família Alencar - Leonel
Joaquim Pereira de Alencar, meu 8-avô (octavô), era filho do tenente-coronel Leonel de Alencar Rego e Maria da Assunção de Jesus (que tratarei no pŕoximo tópico), casados entre 1728 e 1730. Não se sabe ainda o ano em que Leonel nasceu, nem o local exato (provavelmente na freguesia de Freixieiro de Soutelo ou na freguesia de Viana do Castelo, ambas contidas no concelho de Viana do Castelo), pois até o momento não foi encontrada a sua certidão de nascimento. Não se sabe, também, quando e onde faleceu, mas consta como vivo em 1749, aparecendo em um processo, e como falecido em 1752, quando Maria da Assunção aparece em um documento como sendo viúva. Juntamente com 3 irmãos (Marta, João Francisco e Alexandre), Leonel saiu de Freixieiro de Soutelo e emigrou para o sertão de Pernambuco. Nas terras onde hoje formam o município de Exu, fundou a Fazenda Caiçara, às márgens do Rio Brígida, onde se estabeleceu. Com sua esposa teve ao menos 9 filhos (não estão em ordem):
Joaquim Pereira de Alencar, Dâmaso de Alencar Rego, Leonel de Alencar Rego, Rita da Exaltação, José Antônio de Alencar, Jerônima, Serafim, Maria José e Ana Maria. (Abrir detalhes)
Leonel de Alencar Rego foi um dos muitos portugueses que participaram da colonização do sertão nordestino. Ele teria adentrado o sertão partindo da foz do Rio São Francisco e depois pelos leitos secos do Rio Brígida, os quais, na época, eram as principais estradas da região devido ao cerrado da vegetação da caatinga. Teria vindo na década de 1710 ou 1720, e em 1726 já temos registros de sua presença por lá. No sopé da Serra do Araripe, nas nascentes do Rio Brígida, fundou a Fazenda Gameleira, a qual se tornaria mais tarde o embrião do do município de Exu/PE. Fundou também, pela mesma região, a Fazenda Caiçara (já tratada no tópico anterior), sobre a qual ele aparece, em um documentos de 1730 e 1742, pagando o arrendamento. [1][2]
O primeiro registro no Brasil encontrado por Yony Sampaio data de 1726, e pertence à povoação de Rodelas/BA, onde Leonel consta como escrivão. Na ocasião do casamento de seu filho Dâmaso, em 1768, é referido como tenente coronel.
Como os casamentos de seus filhos sempre se deram com famílias influentes da região, podemos deduzir que os Alencar tinham bastante prestígio por lá. [1]
Descendem de Leonel algumas figuras importantes da história brasileira, cujas linhagens encontram-se descritas no livro "Vida e Bravura", de José Roberto de Alencar Moreira e Raidson Jenner Negreiros de Alencar. São alguns deles (com exceção dos 3 últimos, todos descendentes de seu filho Joaquim Pereira de Alencar):
- Bárbara Pereira de Alencar, sua neta, nascida em 1760. Heroína do Crato, com participação de destaque na Revolução de 1817, nas Guerras da Independência de 1822 e 1823 e na Confederação do Equador. Sua participação será melhor descrita na futura postagem A Família Alencar e as Revoluções. OBS: esta imagem é um retrato falado.
- José de Alencar, seu trineto (duas vezes), nascido em 1829, neto de Bárbara Pereira de Alencar e de Leonel Pereira de Alencar (irmão de Bárbara). Escritor renomado, autor de obras famosas como Iracema e Senhora, além de deputado, ministro da justiça, advogado, jornalista e teatrólogo.
- Raquel de Queiroz, sua hexaneta, nascida em 1910. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, o maior da língua portuguesa. Foi também a primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Era professora, jornalista romancisca, cronista, tradutora e teatróloga.
- Pedro Nava, seu pentaneto, nascido em 1903. Escritor, médico e pintor. Ganhador dos Prêmios: Personalidade Global (1973), Luísa Cláudio de Sousa (1973), Jabuti (1973), da Câmara Brasileira do Livro (1973), Fernando Chinaglia (1973), de Personalidade Global Literária (1974, Jornal O Globo), entre outros.
- Alexandrino de Alencar, seu tetraneto, nascido em 1848. Engenheiro naval, almirante da Marinha, senador e ministro do Supremo Tribunal Militar. Foi também cavaleiro da Imperial Ordem de São Bento de Avis. Ele é bisneto da minha heptavó Inácia Pereira de Alencar (tratada no tópico 2.1).
- Humberto de Alencar Castelo Branco, seu hexaneto (duas vezes), nascido em 1900, pentaneto de Joaquim Pereira de Alencar e Rita da Exaltação (filhos de Leonel), e também tetraneto da minha heptavó Inácia Pereira de Alencar. General e primeiro ditador do Brasil.
- Miguel Arraes de Alencar, seu hexaneto, nascido em 1916. Advogado e economista. Prefeito de Recife/PE, deputado estadual, deputado federal e 3 vezes governador de Pernambuco.
- Eduardo Henrique Accioly Campos, seu octaneto, neto de Miguel Arraes. Presidente do PSB e 2 vezes governador de Pernambuco. Foi também candidato à presidência do Brasil em 2014.
- Patativa do Assaré, nascido em 1909, que não é descendente de Leonel, mas sim hexaneto de seu irmão João Francisco. Grande poeta repentista.
2.4 - Família Rodrigues - Teodora
Como já falado anteriormente, Iria Francisca de Alencar e Inácia Pereira de Alencar, minhas 7-avós (heptavós), eram filhas do capitão Joaquim Pereira de Alencar e Teodora Rodrigues da Conceição, casados em 20/06/1858. Teodora foi deixada na casa de Brígida Rodrigues de Carvalho (filha da minha 9-avó Brígida Rodrigues, tratada na postagem Dos Faria Machado e Rodrigues de Carvalho, de Portugal, aos Agra de Parnamirim/PE), e não se sabe quem foram seus pais biológicos. Terá nascido em 1742, pois, em seu óbito, em 07/11/1792, é declarada com 50 anos. Com seu marido teve ao menos os 8 filhos listados no tópico 2.2.
A tradição oral conta que ela era uma mulher de fibra, que montava cavalos bravios, pegava gado selvagem, rastejava e matava onças. [1]
Há um equívoco contado no livro "Dona Bárbara do Crato", e reproduzido por vários sites, sobre Teodora ser filha de sangue de uma tal Antônia Pereira Rosa, que é descrita como uma rica viúva fazendeira, "senhora de todos aqueles sertões", e que tinha uma ligação pessoal intensa com os Alencar, participando de confraternizações juntos. Em primeiro lugar, em todos os documentos conhecidos onde consta a filiação de Teodora, é sempre mencionado que seus pais são icógnitos e que fora exposta na casa de Brígida Rodrigues de Carvalho. A exemplo disso temos o batismo de Bárbara Pereira de Alencar (em 16/04/1760, com documento original, segundo as anotações de Padre Gomes, no Cartório de Cabrobó, Livro de Registro de Batizados, freguesia de N. S. de Cabrobó, Diocese de Floresta, Pernambuco - 1757-1769, folhas 22 verso e 23), o batismo de Iria Francisca de Alencar (em 28/12/1764, com documento original no Cartório de Ofício N1 de Cabrobó, no Livro de Batizados 12 de março de 1766, 1767 a 1769, folha 37 verso), o batismo de Luis Pereira de Alencar (em 20/11/1767, com documento original, segundo as anotações de Padre Gomes, no Livro de Registro de Batizados, freguesia de N. S. de Cabrobó, Diocese de Floresta, Pernambuco - 1764-1768, folha 35), e o batizado de Genoveva Pereira de Alencar (em 06/07/1768, o original encontrava-se em poder de Ruth de Alencar Leão em 1971), todos filhos dela (as informações sobre as localizações encontram-se no livro "Vida e Bravura", de José Roberto de Alencar Moreira). Em segundo lugar, Brígida Rodrigues de Carvalho (a mãe de criação de Teodora) era uma rica fazendeira solteira, filha de outra também rica Brígida, esta, inclusive, "senhora de todos aqueles sertões", os quais havia herdado de seu pai Francisco Rodrigues de Carvalho, como visto na postagem Dos Faria Machado e Rodrigues de Carvalho, de Portugal, aos Agra de Parnamirim/PE. E, em terceiro lugar, não há sequer um documento mencionando uma Antônia Pereira Rosa, o que seria bastante estranho para uma pessoa influente na região e tão presente na família Alencar. Tudo isso indica que a tal Antônia Pereira Rosa é apenas uma distorção de Brígida Rodrigues de Carvalho, distorção esta que foi sendo criada à medida que a história era contada para as novas gerações (vale salientar que o autor do livro "Dona Bárbara do Crato", nascido cerca de 120 anos após a morte de sua tetravó Teodora, nunca a conheceu, e declara que escreveu o livro baseado em relatos familiares).
Seus verdadeiros pais infelizmente jamais saberemos quem foram. É bem possível que fossem gente humilde, também é possível que fossem índios ou negros. O que é possível fazer, no entanto, é: caso seja encontrado alguém que seja descendente em linha matrilinear (linha exclusivamente feminina, sem homens no trajeto), e esta pessoa fizer um exame de DNA Mitocondrial (DNA passado de mãe para filho, sem interferência do pai), poderemos saber se a origem matrilinear de Teodora é portuguesa, indígena ou africana, preservando um pouquinho dessa história esquecida.
2.5 - Família Souza Goulart - Maria e seus pais
Como já falado anteriormente, Joaquim Pereira de Alencar, meu 8-avô (octavô), era filho do tenente-coronel Leonel de Alencar Rego e Maria da Assunção de Jesus, casados entre 1728 e 1730. Maria nasceu em Salvador/BA (na época, freguesia de São Pedro Velho). Com seu marido teve ao menos os 9 filhos listados no tópico 2.3. Vivia na Fazenda Caiçara com sua família, mas após ficar viúva muda-se para o Sítio Salamanca, propriedade que havia herdado de seus pais.
Maria da Assunção de Jesus, minha 9-avó (eneavó), era filha de Antônio de Souza Goulart e Maria da Encarnação de Jesus. Antônio era natural de Salvador/BA (na época, freguesia de São Pedro Velho) ou de Cabo de Santo Agostinho/PE (na época, freguesia do Cabo), dúvida esta existente por informações conflitantes entre o casamento de seu neto Dâmaso de Alencar Rego e o casamento de seu neto Leonel de Alencar Rego (Filho), os quais são os 2 únicos documentos que citam sua naturalidade. Já Maria da Encarnação era natural de Salvador/BA. Não se sabe ainda quando nasceram, nem o nome de seus pais. O casal teve 3 filhos, sendo Maria da Assunção de Jesus a única de nome conhecido atualmente (mas sabe-se que, dos outros 2, há ao menos 1 homem). [1][2]
Antônio de Souza Goulart, juntamente com seus 2 irmãos José de Souza Goulart (casado na Bahia, nascido em 1703, falecido em 30/09/1750) e João de Souza Goulart, participou de uma bandeira de colonização das cabeceiras do Rio Salgado, na encosta nordeste da Serra do Araripe, recebendo como recompensa do capitão Francisco Martins de Matos, em 22/07/1718, uma sesmaria de 1 légua de terra. Lá se estabelece, e dá o nome de Sitio Salamanca, que foi o berço de Barbalha/CE. Ele também foi proprietário do Sítio Lama e do Sítio Lambedor, na mesma região. Em 11/10/1718, solicitou e obteve uma outra sesmaria na Lagoa do Coachilê, que desaguava no Riacho da Cachoeira (Jardim/CE). [1][2]
Em 1724, houve uma revolta popular que ficou conhecida como "Guerra dos Montes e Feitosas", a qual iniciou-se com o descontentamento a população diante das cobranças abusivas de impostos praticadas pelo ouvidor José Mendes Machado. Antônio tomou o partido do ouvidor, juntamente com a família Feitosa. Já o povo foi liderado pela família Monte. O conflito se estendeu por todo o Cariri, levando centenas de pessoas à morte. Antônio teve que fugir para a região do Rio São Francisco. Em 1731 foi assassinado no Piaui, onde tinha ido tratar de negócios. Após seu assassinato, um de seus inimigos, de nome João Mendes Lobato, se apossou do Sítio Salamanca. Maria da Encarnação de Jesus, então, entra na justiça para reaver sua terra, conseguindo a reintegração de posse em 10/12/1740. Trata-se do primeiro processo de reivindicação de terras do Cariri. [1][2]
A família Goulart, por sua grafia, provavelmente teve origem em um país de lingua francesa. Uma das possibilidades (ainda sem nenhuma confirmação) é de que Antônio de Souza Goulart seja descendente da família Goulart do arquipélago dos Açores, a qual teve início com o belga Govaert Lodewijik (Goulart Luis), nascido em Flandres, que migrou para os Açores em algum momento entre 1470 e 1500 e se tornou o patriarca dessa família por lá. Entre os imigrantes portugueses no período colonial do Brasil, muitos deles eram açorianos.
3- Mapa com os lugares abordados
- Exu/PE - Onde se estabeleceu Leonel de Alencar Rego e nasceu seu filho Joaquim Pereira de Alencar (e irmãos) e suas netas Iria Francisca de Alencar, Inácia Pereira de Alencar, Bárbara Pereira de Alencar (e demais filhos de Joaquim). É onde fica a Fazenda Caiçara, a Fazenda Canavieira e demais propriedades da família.
- Barbalha/CE - Município que surgiu do Sítio Salamanca, propriedade de Antônio de Souza Goulart. É também onde ficavam os seus sítios Lama e Lambedor.
- Crato/CE - Município onde vivia Bárbara Pereira de Alencar, no Sítio Pau Seco (e onde faleceu Joaquim Pereira de Alencar). Também é onde casou e viveu Inácia Pereira de Alencar, no Sítio Lameiro.
- Granito/PE - Iria Francisca de Alencar vivia entre Granito e Parnamirm.
- Parnamirim/PE - Iria Francisca de Alencar vivia entre Granito e Parnamirm.
- Jardim/CE - Onde Antônio de Souza Goulart também tinha terras, e onde alguns netos de Leonel de Alencar Rego viveram.
- Pio IX/PI - Onde faleceu Bárbara Pereira de Alencar.
- Distrito de Viana do Castelo - Portugal é dividido em distritos (o que para o Brasil equivale aos estados).
- Concelho de Viana do Castelo - Portugal é dividido em distritos (o que para o Brasil equivale aos estados).
- Freixieiro de Soutelo - Freguesia portuguesa onde vivia Leonel de Alencar Rego e sua família, e onde talvez ele tenha nascido. Fica no concelho de Viana do Castelo.
- Viana do Castelo - Formada pela junção de 2 freguesias (Monserrate à esquerda e Santa Maria Maior à direita). Freguesia portuguesa onde nasceu a mãe de Leonel, e é outro lugar possível de ele ter nascido. Fica no concelho de Viana do Castelo.
4- Considerações Finais
Vimos aqui a linhagem da minha bisavó Aurene Malaquias até o português Leonel de Alencar Rego, meu 9-avô (eneavô), que é o patriarca de todos os Alencar e, também de todos os Agra do Sertão Pernambucano e de Campina Grande/PB. Em trabalhos futuros veremos mais 3 gerações acima, chegando ao mais antigo Alencar até então encontrado. Veremos também as famílias agregadas a esta árvore: os Pereira de Carvalho (pela parte do pai de Antônio Pereira de Carvalho), bem como as outras agregadas às gerações mais jovens.
Ao contrário do que se vê em algumas comunidades e fóruns, a família Alencar, mesmo tendo sido muito rica e importante no sertão, não possui brasão. Leonel de Alencar Rego não tinha títulos de nobreza, nem seus pais. Os brasões que se vê por aí geralmente são os da família Lencastro e da família Aguilar, as quais não tem relação com os Alencar. Há dois Alencar que receberam o título de barão: Leonel Martiniano de Alencar (Barão de Alencar) e Gualter Martiniano de Alencar Araripe (Barão do Exu), os quais eram, respectivamente, trineto e bisneto do patriarca Leonel . Mesmo assim, não há registros de que nenhum dos 2 barões tenham tido brasão (e, mesmo que tivessem, só seus descendentes os ostentariam, tornando sem sentido para todos os Alencar, que são a esmagadora maioria, fazê-lo). [1]
O que ainda pode ser feito (inclusive por você)
- Ainda não foram encontrados os registros de nascimento e casamento dos irmãos Souza Goulart. Sabe-se que um deles (José) nasceu cerca de 1703, e que casou na Bahia. Os livros paroquiais dessa época de Salvador/BA estão online no familysearch.org (porém há várias igrejas para procurar), mas os de Cabo de Santo Agostinho/PE não estão (como vimos, esses são os dois locais possíveis de nascimento de Antônio de Souza Goulart). Encontrar esses documentos poderia nos levar a um ancestral açoriano, o que abriria a possibilidade de chegar até o belga Govaert Lodewijik, patriarca dos Goulart dos Açores.
- Se você por acaso é descendente em linha matrilinear (linha exclusivamente feminina, sem homens no trajeto) de Teodora Rodrigues da Conceição, seria interessante fazer o exame do seu DNA Mitocondrial, para encontrar as raízes étnicas da linhagem materna dela. Caso não saiba como fazer o teste, pode entrar em contato comigo que posso explicar.
- Se você é descendente de algum dos envolvidos neste post, pode entrar em contato comigo (pvegito@gmail.com) informando a sua linhagem até um destes antepassados, que terei o maior prazer em anexá-los ao conteúdo e árvores do blog.
Referências
- "Vida e Bravura | Origens e Genealogia da Família Alencar", de José Roberto de Alencar Moreira e Raidson Jenner Negreiros de Alencar.
- "Antigas Famílias do Sertão", do professor Yoni Sampaio.
- "Exu | Três Séculos de História", da professora Thereza Oldam de Alencar
Olá prezado Paulo. Boa tarde. Primeiramente, parabéns pelo seu trabalho aqui no blogue. Nessa sua postagem sobre os Alencar, senti falta apenas do entrelaçamento com a família Peixoto (entrelaçamento este que ocorre também com os Agra, família já tratada em outras postagens suas). Houve (ou ainda há) algum motivo em especial para não incluir os Peixoto (sobretudo do Crato-CE e Exu-PE)? Eles são amplamente citados principalmente em "Antigas Famílias" (Sampaio). Fiquei curioso. No seu aguardo. Obrigado pela atenção.
ResponderExcluirOlá Luiz, desculpe a demora em responder, não tenho olhado o blog há anos. O único motivo para não incluir os Peixoto é que nenhum deles é ancestral meu. Nessas minhas postagens, tive que optar por focar apenas nos meus ancestrais e irmãos deles. Nessa dos Alencar, abri uma exceção e mencionei algumas pessoas ilustres (Rachel de Queiroz, José de Alencar, etc), mas foi apenas isso. Infelizmente cada uma dessas postagens leva muito tempo de pesquisa e edição, então não tenho como abranger todo mundo. Inclusive eu tinha ainda muitas famílias minhas para postar, mas nunca mais tive tempo. Reconheço, é claro, a importância e peso dos Peixoto na história desse sertão, mas não poderei prometer uma postagem sobre eles.
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