sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Dos Agra, de Subportela, aos Costa Agra, de Monserrate

Este post é uma continuação do Dos Costa Agra de Monserrate/Portugal, aos Agra de Parnamirim/PE. Aqui veremos os ancestrais Agra de Luis da Costa Agra, percorrendo 4 gerações para trás, chegando até o mais antigo Agra descoberto até o momento. A genealogia aqui tratada remete aos Malaquias de Queiroz, de Recife/PE, aos Aquino Malaquias, do Rio de Janeiro/RJ, aos Agra de Parnamirim/PE e do restante do sertão pernambucano, além também dos Agra de Campina Grande/PB. É, ainda, possível que essa abrangência chegue a todos os Agra do nordeste, porém, quanto a isto, é uma mera especulação minha.

1- Início da pesquisa

Clique para revelar a introdução (parte pouco relevante em termos de genealogia)
Ao pesquisar o passado do capitão Luis da Costa Agra, meu 8-avô (octavô, e tetravô de Francisca Aurora), eu saí daquela realidade de ter à disposição os livros de genealogia já feitos por pesquisadores, que deixaram um imenso legado de muita informação já reunida, e tive que voltar a garimpar informações em livros paroquiais de batismo, casamento e óbito, pois em Portugal a família de Luis não tinha todo aquele destaque e nem fez parte ativa na história do lugar onde viviam, mesmo aparentando ter boas condições financeiras. Ao menos, como havia chegado a gerações nascidas em Portugal, os livros paroquiais dos anos 1700 e 1600 existiam (e estão online), ao contrário da maioria dos livros paroquiais do Brasil desse período, que estão em sua maioria destruídos ou perdidos, condenando muitas linhagens ao inevitável esquecimento.
Com as informações disponíveis no livro "Antigas Famílias do Sertão", do professor Yoni Sampaio, tive um norte para onde começar a pesquisar (quais freguesias e anos). Com a descoberta do batismo de Luis, segui procurando pelo casamento de seus pais (graças ao testamento do seu tio materno, tinha a informação de que este era da freguesia de Subportela, e tinha o nome dos pais do mesmo). Como os casamentos geralmente ocorrem na freguesia da noiva, foi em Subportela que procurei e encontrei o assento. Ao mostrá-lo à prima Maria das Graças Alves, ela me mostrou uma diligência de habilitação (documento produzido pela igreja, que consistia em uma investigação genealógica para quem tentava seguir carreira clerical, para comprovar que não tinha sangue judeu) de um Francisco da Costa Agra, cujos pais eram exatamente os mesmos que os avós paternos de Luis. Assim, constatamos que Francisco se tratava de um tio dele, e na diligência constava o nome até dos bisavós do habilitado.

Agradecimentos

Obrigado ao professor Yoni Sampaio, cujo livro me norteou para saber por quais livros paroquiais começar a pesquisar. Obrigado à prima Maria das Graças Alves, pela descoberta da diligência de habilitação de Francisco da Costa Agra. Obrigado ao site tombo.pt, por disponibilizar online alguns dos livros paroquiais que necessitei. Obrigado também aos mórmons, por me darem acesso a alguns outros livros paroquiais que não constavam no tombo.pt . Obrigado ao grupo "Genealogia FB", uma grande comunidade no facebook, na qual pesquisadores amadores se ajudam mutuamente, tentando decifrar registros quase indecifráveis que lá postamos (uma ajuda fundamental). E, por fim, obrigado a tia Ana e aos primos do RJ, participantes do grupo "De onde os Malakas vieram", que se interessaram bastante pelo meu trabalho, o que me incentivou a continuar.

2- A pesquisa em si

Como vimos anteriormente, Aurene Malaquias, minha bisavó, era filha de Francisca Aurora, que era filha de Francisco Lino da Costa Araújo, que por sua vez era filho de um casal em que ambos tinham sangue Agra: Geracina Maria do Carmo e Lino da Costa Araújo. Vimos também que Geracina era filha do tenente-coronel Martinho da Costa Agra, que era filho do comandante José da Costa Agra, que era filho do capitão Luis da Costa Agra. Francisca Aurora ainda era filha de Aurora Manoela de Carvalho, que era filha de Manoela da Costa Araújo. E vimos também que Lino e Aurora Manoela eram filhos do major Eufrásio da Costa Araújo, que era filho de Antônia da Costa Agra, que era filha do capitão Luis da Costa Agra. Portanto começaremos com a árvore mostrada acima.

2.1- Família Costa Agra - Manoel

Luis da Costa Agra, meu 8-avô (octavô), era filho de Manoel da Costa Agra e Maria Fernandes (Lima) (que será tratada mais adiante, no tópico 2.3), moradores na Rua Santa Catarina, em Monserrate (hoje parte da cidade de Viana do Castelo, que é a capital do distrito de mesmo nome). Este endereço consta no registro de batismo de Luis [1º reg. à esquerda]. Manoel nasceu em Subportela, 1678 (Batismo Manoel [1º reg. à direita]). Ele casou em 1709 (Casamento Manoel [reg. à esquerda]), em Subportela, mas ao nascimento de Luis a família já aparece como residente em Monserrate (provavelmente Manoel tinha negócios por lá, levando a família a se mudar).
Não encontrei ainda outros filhos do casal, mas há um Antônio da Costa Agra, que aparece como natural da Bahia, estudante em Coimbra em 1734, e filho de um Manoel da Costa Agra. Terá Manoel da Costa Agra vindo para o Brasil junto com Luis e tido mais um filho por aqui? Caso isso se confirme, teríamos um indício de que a família tinha uma boa condição financeira até mesmo antes da geração de Luis (ao contrário de vários outros portugueses, que apenas enriqueceram após a vida aqui no Brasil).
Há ainda um outro fator que, caso seja confirmado, representaria algum status para a família de Manoel, que é o padrinho de Luis, que se chamava Luis Barbosa Rego (referido no batizado como doutor). Há uma pessoa que aparece no livro "Nobiliário de Famílias de Portugal", de Felgueiras Gaio, no titulo de Regos, parágrafo 61, que possui o mesmo nome deste padrinho e que era morador da freguesia de Perre, que fica próxima a Monserrate e Subportela, o que torna plausível de se tratar da mesma pessoa. O trecho do nobiliário está mostrado na imagem acima. Infelizmente não é citado nenhuma data a respeito dessa pessoa no livro, portanto ainda não podemos afirmar isto.
No batismo de Luis também consta uma testemunha chamada Domingos Barbosa Lima. Seria este irmão (ou primo) de Luis Barbosa Rego? Seria ele também parente da mãe de Luis, Maria Fernandes (Lima)? Isso também ainda carece de mais documentos para se chegar a uma conclusão.
Já no casamento de Manoel, temos mais um Barbosa como testemunha: Antônio Pinto Barbosa, e este é citado como sobrinho do Reverendo Abade da igreja de Subportela.
Acima temos a assinatura de Manoel da Costa Agra. Infelizmente há uma parte que parece ter se misturado à assinatura anterior, não sendo possível separá-las.
Em seu casamento ainda há um detalhe importante: é citado que os noivos apresentavam grau de consanguinidade de 3º e 4º grau por um ramo, e ainda de 4º grau por outro ramo. Em outras palavras, eles eram primos, sendo um dos bisavós de um deles o(a) trisavô(ó) do outro, e, além disso, um(a) outro(a) trisavô(ó) também era trisavô(ó) do outro. Isso servirá como base para algumas suposições, tratadas mais à frente no tópico 2.4.
Já em seu batismo, seus padrinhos são Isabel Ribeiro (irmã de sua futura sogra) e Antônio Ribeiro da Costa (possivelmente também irmão de sua futura sogra), o que mostra que sua família e a de sua noiva eram próximas desde antes de seus nascimentos.

2.1.1- Família Vaz Agra - Domingos

Manoel da Costa Agra, meu 9-avô (eneavô), era filho de Domingos Vaz Agra e Maria Ribeiro (que será tratada mais adiante, no tópico 2.2). Domingos nasceu em Subportela/Viana do Castelo, 1649 (Batismo Domingos [1º reg. à direita]). Ele casou em 1674, em Vila Franca/Viana do Castelo, uma freguesia vizinha (Casamento Domingos [2º reg. à esquerda]), mas após casar, trouxe sua esposa para viver em Subportela, em um lugar chamado Cortegaça (onde ele já vivia desde a infância). Com sua esposa teve ao menos 7 filhos:
Francisco da Costa Agra, Manoel da Costa Agra, Maria, Joana, Mariana, Pascoa e Ana Ribeiro da Costa. (Abrir detalhes)
Com os filhos de Domingos, teve início o clã "Costa Agra", tendo o Costa vindo do avô materno das crianças, Pascoal Martins da Costa (tratado mais adiante, no tópico 2.2). Esta junção destes dois sobrenomes segue existindo em alguns de seus descendentes até os dias atuais, atravessando mais de 300 anos no tempo.
Ao lado temos sua assinatura. Nessa época era comum as pessoas se apresentarem, ou até mesmo assinarem, sem seguir à risca seus nomes completos. Assim, é comum encontrar seus nomes e sobrenomes com partes omitidas. Neste caso ele assina apenas como "Domingos Vaz", que é uma forma que aparece na maioria de seus documentos.

2.1.1.1- Famílias Vaz e Gonçalves - Pedro, Maria e seus pais

Domingos Vaz Agra, meu 10-avô (decavô), era filho de Pedro Vaz e Maria Gonçalves. O casal é natural de Subportela, moradores do lugar chamado Cortegaça. Juntos tiveram ao menos 3 filhos:
Maria, Domingos Vaz Agra e André (Abrir detalhes).
Pedro Vaz aparece como padrinho de uma criança em 1640 [1º reg. à direita].
Infelizmente o casamento de Pedro e Maria não foi encontrado. O motivo disso provavelmente está em um "buraco no tempo" existente nos livros de casamento de Subportela, pois o primeiro livro abrange de 1611 a 1639, e o livro seguinte abrange de 1645 a 1680. O período entre 1639 e 1645, portanto, ficou desamparado. Como a primeira filha do casal nasceu em 1646, o casamento teria ocorrido no período perdido. Seus pais, contudo, constam na diligência de habilitação de Francisco da Costa Agra (neto de Pedro e Maria).
Pedro Vaz, meu 11-avô, era filho de Francisco Vaz e Justa Anes, também naturais de Subportela. O casal teve ao menos 4 filhos (não estão em ordem de nascimento):
Pedro, Justa, Antônio e Gonçalo (Abrir detalhes).
Há, ainda, uma Ana Vaz e um Domingos Vaz, que, pelo sobrenome e datas nos documentos, é possível que também sejam filhos, mas não encontrei menção aos pais deles. Ana era de Cortegaça, e aparece como madrinha em 1652 [2º reg. à esquerda]. Domingos aparece como pai em 1663, casado com uma Maria Gonçalves [2º reg. à esquerda]. Há aparentemente um outro Domingos Vaz, pai em 1661, casado com uma Joana do Souto [último reg. à esquerda]. Ou talvez se trate do mesmo Domingos Vaz, caso Joana tenha falecido antes de 1663 e ele casado novamente. Pela geração estimada (nascido por volta de 1640), ele (ou um deles, caso se trate de 2 pessoas diferentes) dificilmente seria filho de Pedro Vaz (ancestral dos Agra), pois este já tinha um outro filho chamado Domingos Vaz, que era bastante jovem em 1661 e 1663, e que casou em 1674 sem nenhuma menção a viuvez. A única possibilidade deste Domingo Vaz se encaixar na árvore, seria se ele fosse pai velho (com 50 ou 60 anos, o que não era improvável), assim ele poderia ser irmão de Pedro Vaz, ancestral dos Agra.
O casamento de Francisco e Justa não foi encontrado. Os livros de casamento de Subportela começam em 1611, e temos um filho nascido em 1617, portanto devem ter casado antes do período em que se registrava, o que significaria que este ramo se encerra por aqui. O filho Gonçalo talvez seja uma chave para se ir mais adiante na genealogia, pois nos registros há um Gonçalo Vaz, pai de uma noiva, que é padre [1º reg. à direita]. Caso se trate do mesmo Gonçalo, há a esperança de se encontrar um dia sua diligência de habilitação, e com isso encontraríamos os seus avós ou até mais.
Maria Gonçalves, minha 11-avó, era filha de Domingos Gonçalves e Margarida Gonçalves, igualmente naturais de Subportela. Não encontrei outros filhos além de Maria.
O sobrenome Agra não aparece em nenhum dos pais ou sogros de Pedro Vaz. Teria Domingos Vaz sido o primeiro da linhagem a adotar o Agra? Às vezes parte dos sobrenomes eram deixados de lado nos registros paroquiais, seria esse o caso? Havia um Francisco Gonçalves da Agra e um Pedro Gonçalves da Agra, já adultos em 1612, seriam estes parentes de Pedro, ou seria já uma outra família que teria adotado o mesmo sobrenome?. Estes 2 Agras, ainda desconexos da árvore, serão tratados melhor no tópico 2.4.
O sobrenome Agra provavelmente surgiu por causa da Serra de Arga (que aparentemente também era chamada por alguns por Serra de Agra, pois encontro as duas formas na internet, podendo esta última ser uma forma arcaica ou uma corruptela popular), localizada a cerca de 20km ao norte de Subportela, na freguesia de Montaria. Acho essa hipótese muito mais plausível do que ter surgido por causa da cidade indiana de Agra, como muitos acreditam.

2.2- Família Martins da Costa e Ribeiro - Maria, seus pais e avós

Como já vimos anteriormente, Manoel da Costa Agra, meu 9-avô, era filho de Domingos Vaz Agra e Maria Ribeiro. Maria nasceu provavelmente em Vila Franca, local onde nasceram suas irmãs. Como já vimos, após casar, Maria foi viver em Subportela, em um lugar chamado Cortegaça (onde seu marido já vivia desde a infância).
Maria Ribeiro, minha 10-avó (decavó), era filha de Pascoal Martins da Costa e Ana Ribeiro. Pascoal nasceu entre 1600 e 1630, em Mujães. Casou com sua esposa em 1647, em Subportela, de onde ela era natural, mas foram morar em Vila Franca, no lugar chamado Figueiredo (Casamento Pascoal [4º reg. à direita]). Juntos tiveram ao menos 3 filhos:
Isabel Ribeiro, Maria Ribeiro e Mariana (Abrir detalhes).
  • Isabel Ribeiro, nascida em 1649, em Vila Franca (Batismo Isabel [Último reg. à direita]). Ela foi madrinha de seu sobrinho Manoel da Costa Agra e possivelmente também madrinha de uma irmã dele, Joana.
  • Maria Ribeiro, minha 10-avó. Não encontrei seu batismo, mas acredito que seja a irmã do meio, pois casou em 1674, e nessa data seria relativamente velha para casar (para os padrões da época) caso tivesse nascido antes de Isabel, e seria bastante nova caso tivesse nascido após Mariana (teria menos de 11 anos).
  • Mariana, nascida em 1663, em Vila Franca (Batismo Mariana [3º reg. à direita]). Casou em 1694 com José Fernandes, com quem tinha 4º grau de consanguinidade (um trisavô em comum). Casamento Mariana [2º reg. à esquerda]
Há ainda um quarto possível irmão, chamado Antônio Ribeiro da Costa, natural de Vila Franca. Ele é, juntamente com Isabel Ribeiro, padrinho de Manoel da Costa Agra. No assento de batismo, ele não é explicitado como filho de Pascoal, como acontece com Isabel, porém a filiação dos padrinhos só é mencionada, de uma maneira geral, quando o mesmo é muito jovem (no caso de homens) ou no caso de ser ainda solteiro (no caso de mulheres). Antônio, portanto, seria já adulto a essa época, não precisando ser citado como filho de seu pai, pois "já era alguém" perante a sociedade. Isabel seria ainda solteira, e caso fosse casada provavelmente apareceria referenciada como "Isabel Ribeiro, mulher de Fulano de Tal", pois naqueles tempos os homens é quem estavam à frente da família.
Pascoal Martins da Costa, meu 11-avó, era filho de Pedro Bacelo e Margarida Fernandes, naturais de Mujães, freguesia vizinha a Subportela. Seus nomes aparecem na diligência de habilitação de Francisco da Costa Agra (neto de Pascoal).
De Pedro Bacelo, temos apenas o nome e sobrenome (que, inclusive, pode se tratar de uma corruptela de Barcelos). Já de Margarida, temos uma história interessante: havia rumores de que ela fosse cristã-nova (judia convertida ao cristianismo), o que motivou uma investigação mais aprofundada sobre ela (a igreja não aceitaria Francisco da Costa Agra, caso descobrissem que algum ancestral dele não fosse cristão-velho). Ao longo das entrevistas que foram feitas com populares de Mujães, se averiguou que a história se tratava de um boato. Tal boato surgira de um apelido pelo qual ela ficou conhecida: “a rendeira”. Pelo que entendi, o pai dela era algo como um coletor de impostos na região, o que deveria provocar muita inimizade por parte da população. Como coletor de impostos, talvez fosse endinheirado, e culturalmente judeus são acumuladores de riquezas, dando margem para as pessoas associarem. Um dos moradores da vila cita, ainda, 3 irmãs de Margarida: Ana, Maria e Justa, todas também apelidadas de rendeiras, mas que, segundo ele, "tiveram bons casamentos" e seus descendentes vivos eram "todos íntegros e cristãos-velhos". Um outro morador cita uma Ângela, que também era conhecida como rendeira, mas não consegui entender se se tratava de mais uma outra irmã.

2.3- Família Fernandes e Gonçalves - Maria e seus pais

Como já vimos, Luis da Costa Agra, meu 8-avô (octavô), era filho de Manoel da Costa Agra e Maria Fernandes. Maria nasceu em 1679, Subportela (Batismo Maria [último reg. à esquerda]), e morava por lá em um lugar chamado Lomba.
Maria Fernandes, minha 9-avó (eneavó), era filha de Manoel Fernandes e Maria Gonçalves. O casal era morador da Lomba, em Subportela. Casaram em 1676 (Casamento Manoel e Maria [2º reg. à esquerda]) e tiveram 3 filhos:
Maria Fernandes, Manoel Fernandes Lima e Antônio Fernandes (Abrir detalhes).
  • Maria Fernandes, minha 9-avó.
  • Manoel Fernandes Lima, nascido em 1683 (não encontrei seu batismo, mas esta data consta em seu inventário, contido no livro "Antigas Famílias do Sertão", do professor Yoni Sampaio). Veio para o Brasil e faleceu solteiro, sem filhos. Como já vimos no post anterior, parte de sua herança ficou para seu sobrinho Luis da Costa Agra.
  • Antônio Fernandes, nascido em 1695 (Batismo Antônio [2º reg. à direita]). Casou em 1726 com Domingas Gonçalves. Casamento Antônio [1º reg. à esquerda]
Apesar de Maria e seus pais aparecerem sempre sem o sobrenome Lima nos documentos, o fato de um de seus irmãos se chamar Manoel Fernandes Lima sugere que tal sobrenome apenas esteja oculto nos documentos (como acontecia regularmente nessa época). Não se sabe, contudo, se o Lima veio de Manoel Fernandes ou de Maria Gonçalves.
Infelizmente no casamento de Manoel e Maria não são citados seus pais. Também não são citados os avós de seus filhos em seus batismos. Assim, este ramo provavelmente termina por aqui.

2.4- Possíveis outros parentes (suposições)

Aqui deixo vários registros que encontrei, contendo pessoas de sobrenomes suspeitos de serem parentes dos ancestrais aqui tratados. Deixo também algumas teorias de que parentescos poderiam ter. (Abrir detalhes)
Aqui deixo vários registros que encontrei, contendo pessoas de sobrenomes suspeitos de serem parentes dos ancestrais aqui tratados. Deixo também algumas teorias de que parentescos poderiam ter.

2.4.1- Parentesco entre Manoel da Costa Agra e Maria Fernandes

Comecemos com as pessoas que podem significar um elo entre Manoel e Maria, pois, como já vimos, consta no casamento que são primos de grau 3 e 4 por um ramo, e ainda de grau 4 por outro ramo. Com os documentos que encontrei, aventei 3 teorias.
Teoria 1: Manoel Fernandes teria algum parentesco com Margarida Fernandes, por conta do sobrenome Fernandes.
Teoria 2: Maria Gonçalves (esposa de Pedro Vaz) teria algum parentesco com Maria Gonçalves (esposa de Manoel Fernandes), por conta do sobrenome Gonçalves, podendo esta ser sobrinha de Domingos Gonçalves ou Margarida Gonçalves (sendo assim, o grau misto de 3 e 4 seria satisfeito) ou então sobrinha-neta de um dos mesmos (sendo assim, o grau 4 seria satisfeito). Porém, deve-se considerar isso com cautela, pois Gonçalves é o sobrenome mais comum em Subportela nessa época.
Há um Francisco Fernandes Agra, casado com uma Ana Gonçalves Lima, pais de uma noiva chamada Maria de Lima, que casa em 1684 [2º reg. à direita]. O casal volta a aparecer no casamento de uma outra filha, Domingas de Lima, em 1692 [2º reg. à direita]. Com isso temos a Teoria 3: Pedro Vaz ou sua esposa (pois um dos dois possui ocultamente o sobrenome Agra) teria algum parentesco com Manoel Fernandes ou sua esposa, pois pelos sobrenomes e geração estimada de Francisco Fernandes Agra e Ana Gonçalves Lima (que seriam da G2, isto é, nascidos por volta de 1620) eles poderiam ser pais de um dos dois, como mostra a figura ao lado.

2.4.2- Outros possíveis pais e irmãos

Vejamos agora outras pessoas que podem ter algum parentesco de menor impacto com os já presentes na árvore.
  • Há, talvez, dois Pedros Vaz, pais de crianças nascidas em 1616. O estranho é que a diferença entre o batismo das crianças é de apenas 3 dias (uma nasceu no dia 24 a outra no dia 27 de março). Infelizmente o padre não escreveu o nome da mãe em nenhum dos dois assentos (escreveu apenas: "filho de Pedro Vaz e sua mulher"). Seria, talvez, um só Pedro Vaz, pai de gêmeos, que por algum motivo foram batizados com 3 dias de diferença? Pela geração estimada e sobrenome, é possível que ele (ou um deles) seja irmão de Francisco Vaz (ancestral dos Agra). [2º e 3º reg. à direita]
  • Um destes Pedros foi pai também em 1613, mas infelizmente o nome da esposa também não aparece [4º reg. à direita].
  • Há um Pedro Vaz casado com uma Maria Gonçalves, pais de uma criança em 1618. Esta Maria Gonçalves pode ser a tal esposa que teve o nome omitido nos outros documentos. Apesar de ter o mesmo nome da Maria, ancestral dos Agra, é uma coincidência irrelevante, pois Subportela nessa época era repleta de Marias Gonçalves (estes eram os nome e sobrenome mais comuns nessa região e tempo). [3º reg. à esquerda]
  • Há um Pedro Vaz, pai de uma criança em 1620. O nome da esposa foi mais uma vez omitido. Acredito que seja o mesmo Pedro citado nos 3 pontos anteriores. O espaçamento entre os nascimentos dos filhos está se encaixando perfeitamente nos padrões da época (vários filhos, nascidos a cada 2 anos aproximadamente). [1º reg. à direita]
  • Há um Pedro Vaz, este em Vila Franca, que no ano de 1656 foi pai de uma criança. Sua esposa não é citada. Este não se encaixa em nenhuma hipótese, portanto acredito que não seja parente próximo dos Agra. [2º reg. à direita]
  • Há um Gonçalo Vaz, da Cortegaça, em Subportela, que engravida uma moça solteira de Vila Franca em 1646. Seria o mesmo Gonçalo Vaz, filho de Francisco Vaz? [3º reg. à esquerda]
  • Há um padre Gonçalo Vaz, de Subportela, pai de uma Isabel Vaz que casa em 1683. Seria ainda o mesmo Gonçalo? [1º reg. à direita]
  • Há um Domingos Vaz, nascido em 1702, filho de um outro Domingos Vaz e uma Maria (talvez Ribeiro, não está muito legível o documento). Seria um irmão caçula de Manoel da Costa Agra? [último reg. à direita]
  • Há um padre Pedro Vaz, padrinho de uma criança em 1646 em Vila Franca. Não sei como poderia encaixá-lo na árvore, parece ser da geração de Pedro Vaz, ancestral dos Agra, mas é de Vila Franca, e seria impossível Pedro ter um irmão com mesmo nome (ambos sendo vivos). Aparentemente em Vila Franca havia uma família Vaz, que não se sabe se tem parentesco com a de Subportela. [1º reg. à direita]
  • Há um Francisco Afonso da Agra, pai de uma Catarina, que foi madrinha de uma criança em 1626, em Vila Franca [2º reg. à direita]. Pela geração estimada e sobrenome, este poderia ser pai de Francisco Vaz, mas considero a possibilidade um pouco mais fraca que os outras possíveis já citadas, pois Francisco Afonso é de Vila Franca.
  • Não tenho certeza, mas me parece que há uma Justa Ribeiro da Agra, mãe de uma criança em 1626, em Vila Franca. A madrinha dessa criança é uma Paula Vaz.[4º reg. à esquerda]
  • Há um Francisco Gonçalves Agra casando com uma Catarina da Fonseca em 1612 [1º reg. à direita]. Ele é pai de uma menina chamada Catarina em 1628 [5º reg. à direita]. Ele falece em 1639 [5º reg. à direita].
  • Há um outro Francisco Gonçalves Agra casado com uma Maria Gonçalves. Eles são pais de uma criança chamada Manoel em 1683 [4º reg. à esquerda]. Seria este um filho, ou quem sabe neto, do Francisco Gonçalves Agra visto anteriormente?
  • Há também um Pedro Gonçalves da Agra, casado com uma Catarina Gonçalves, pais de uma criança nascida em 1613 [3º reg. à direita].
  • Já sobre a família Fernandes, existe um Antônio Fernandes, morador da Lomba, com uma filha batizada em 1646, que pode ser o pai de Manoel Fernandes, pois não há muitos Fernandes em Subportela. Manoel inclusive tem um filho chamado Antônio, o que poderia ser uma homenagem ao avô da criança. Batismo Maria [2º reg. à direita]
  • Há também um André (ou Antônio?) Fernandes, da Lomba, Subportela, pai de uma criança batizada em 1650. A mãe da criança aparece como Isabel Rodrigues. Seria o casal Antônio Fernandes e Isabel Gonçalves (tendo o padre se equivocado e escrito Rodrigues), possíveis pais de Manoel Fernandes? Ou quem sabe poderia ser um André Fernandes (coincidentemente também casado com uma Isabel), possível irmão de Antônio Fernandes? [3º reg. à direita]

3- Mapa com os lugares abordados

  1. Distrito de Viana do Castelo - Portugal é divido em distritos (aqui no Brasil seria o equivalente aos estados).
  2. Concelho de Viana do Castelo - Os distritos são divididos em Concelhos.
  3. Monserrate - Os concelhos são divididos em freguesias. Monserrate foi a freguesia onde nasceu Luis da Costa Agra. Hoje esta freguesia faz parte da cidade de Viana do Castelo (a capital do concelho e do distrito, que também se chamam Viana do Castelo).
  4. Subportela - Freguesia onde nasceram e viveram a maior parte dos ancestrais de Luis.
  5. Vila Franca - Freguesia onde foi morar Pascoal Martins da Costa e Ana Ribeiro. E onde nasceram suas filhas.
  6. Mujães - Freguesia onde nasceu Pascoal e seus pais, Pedro Bacelo e Margarida Fernandes.
  7. Montaria - Freguesia cujo território engloba parte da Serra de Arga, lugar que pode ter originado o sobrenome Agra.
  8. Perre - Freguesia onde vivia o padrinho de Luis (caso seja comprovado que ele é o mesmo que aparece no nobiliário de Felgueiras Gaio), que se chamava Luis Barbosa Rego.

4- Considerações Finais

Vimos aqui a linhagem da minha bisavó Aurene Malaquias até o português Francisco Vaz, meu 12-avô, que é o Agra mais antigo encontrado até o momento (nascido provavelmente entre 1570 e 1590), sendo ele ancestral de todos os Agra do Sertão Pernambucano e de Campina Grande/PB. Não sei se será possível avançar mais nos ramos aqui abordados, pois os livros paroquiais mais antigos de Subportela que existem online são de 1611.

O que ainda pode ser feito (inclusive por você)

  1. Existe um exame de DNA que analisa o cromossomo Y, o qual é passado apenas de pai para filho (linha exclusivamente masculina). Isso quer dizer que qualquer descendente em linha exclusivamente masculina de Francisco Vaz (trisavô paterno de Luis da Costa Agra) terá o mesmo cromossomo Y que ele e seus ancestrais masculinos. É um exame caro (cerca de 350 dólares), mas que com o interesse de vários familiares, poderíamos dividir o valor. Há um primo nosso que vive em MG, que preenche esse perfil (ele é filho de Antônio da Costa Agra, que era filho de Martinho Martiniano da Costa Agra, que era filho de Martiniano da Costa Agra, que era filho de Martinho da Costa Agra, que, como já vimos aqui no blog, é descendente em linha exclusivamente masculina de Francisco Vaz, o Agra mais antigo até agora encontrado). Podemos encomendar o exame para ele (ou qualquer outro primo que preencha esse requisito), e assim saberemos, por exemplo, se os ancestrais mais antigos de Pedro vieram da Índia ou, de fato, de Portugal.
  2. Seria interessante encontrar a diligência de habilitação do padre Gonçalo Vaz. Se ele for filho de Francisco Vaz, conseguiremos avançar mais uma geração (pais de Francisco), pois nesses documentos sempre há o nome dos pais e avós, e, às vezes até outros ancestrais mais. Um dos possíveis lugares onde há chances de se encontrar tal documento, será no site da Torre do Tombo (http://digitarq.arquivos.pt/).
  3. Se você é descendente de algum dos envolvidos neste post, pode entrar em contato comigo (pvegito@gmail.com) informando a sua linhagem até um destes antepassados, que terei o maior prazer em anexá-los ao conteúdo e árvores do blog.

Referências

  1. Registros paroquiais de Monserrate/Portugal.
  2. Registros paroquiais de Subportela/Portugal.
  3. Registros paroquiais de Vila Franca/Portugal.
  4. Registros paroquiais de Mujães/Portugal.
  5. Diligência de habilitação de Francisco da Costa Agra, a qual me foi apresentada pela prima Maria das Graças Alves.
  6. Registro da Universidade de Coimbra de Antônio da Costa Agra, obtido por intermédio da prima Maria das Graças Alves.